segunda-feira, 28 de março de 2011

Continuação dos 21 dias da minha vida



Descrever esta viagem é uma tarefa um tanto complicada. Digo isto porque tudo o que aconteceu ali envolveu sentimentos e emoções. Foi tudo muito intenso, cada passeio, cada trabalho voluntário, cada visita, cada atividade, tudo.
Visitar a Hillary Clinton, tirar foto com ela, foi o de menos (não menosprezando a importância da Secretária de Estado Norte-Americana). A emoção de visitar um asilo, fazer apresentações sobre o Brasil e ver que aquelas pessoas estavam realmente interessadas e curiosas sobre o seu país é indescritível. A emoção de conhecer um “Food Bank” ou “Banco de alimentos” e poder ajudá-los a ajudar as pessoas que necessitam é indescritível. A emoção de patinar no gelo pela primeira vez, levar muitos tombos, levantar e cair de novo é incrível. A emoção de conhecer a sede da Microsoft, a sala do futuro, de conhecer a história de brasileiros que têm cargos importantes dentro daquela empresa é incrível. A emoção de conhecer o sistema educacional dos EUA e conhecer diversas escolas de ensino médio e de poder assistir aulas lá, inclusive na escola que a filha do Bill Gates estuda é realmente intensa. A emoção de poder assistir a um jogo de basquete igualzinho aos dos filmes de Hollywood é incrível. A emoção de simplesmente estar na cidade onde surgiu a primeira “Starbucks” e a Terra do Nirvana, Alice in Chains, etc. é indescritível.
Mas o mais emocionante mesmo foi conhecer pessoas incríveis e que se importam realmente com um mundo melhor, tanto brasileiros quanto norte-americanos; conhecer pessoas que cederam seus lares para nos hospedar e nos deram a oportunidade de conhecer melhor a cultura e o dia-a-dia deles, viver realmente por 12 dias como uma família norte-americana vive.
Sou eternamente grata a todas as pessoas que fizeram tudo isso tornar-se real e que me deram todo o suporte para aproveitar ao máximo este intercâmbio. Muitíssimo obrigada a todos vocês por terem me dado uma nova família, a Família Jovens Embaixadores.

Por: Bárbara César

sexta-feira, 18 de março de 2011

O dialeto Maranhês



Quem foi que disse que maranhense não tem sotaque? Discordo plenamente! Acho engraçado o povo daqui dizer coisas deste tipo. Primeiro porque não existe parâmetro para dizer se alguém tem sotaque ou não, já que não existe um “sotaque neutro” com o qual possamos comparar todas as outras formas de falar e ver qual é a “menos carregada”. Aí sempre vem um maranhense e pergunta: “Então como é o meu sotaque? Me imita aí!”
Vejamos agora uma historinha exemplificando as minhas afirmações de que maranhenses também falam de um jeito que só eles falam:
Joãozinho estava assistindo aula no IFMA, porém esta estava AZIADONA, então ele resolveu dar uma volta no pátio e GAZEAR aula... de repente bateu aquela fome, sim ele estava BROCADO! Por isso resolveu ir até a cantina da tia Nanã MATAR A BROCA. Ao chegar lá, vai até o caixa e profere estas palavras: “Esse...esse... ME VEJA um MIXTO* (sim, as pessoas insistem em dizer que esta é a grafia correta – não é porque você fala chiando que a palavra se escreve da forma como você fala, ficaadica) e um suco de bãnana (leia-se BAN NA NA)”. Satisfeito com sua alimentação, Joãozinho diz para a atendente: “Huum, marré muito goxtoso!”
Saindo da cantina da tia, a professora vê Joãozinho fora da sala de aula e grita: “PIQUENOO EU vou TE DÁ-LHE (ou seria DALE?) UM BOGUE, me diz o que tu tá fazendo fora de sala? E SEM FARDA!” Desesperado, nosso querido herói pensa em dar um RASPA ou uma VOADEIRA na professora e sair correndo, mas pensa melhor e vê que não seria bem sucedido, portanto desiste. Vencido e derrotado, depois de inúmeras súplicas à professora para que esta não lhe desse uma BISCA, volta à sala de aula e ouve murmúrios dos colegas dizendo: “ÉGUAA, DOIDO! TU VIU AÍ? Esse BIXO é GALUDÃO!”; “HE-HEIN...”
Continua a aula e diante das indagações da professora, observa-se logo uma inquietação entre os alunos...
“Ei, MERMÃ, passa a PESCA aí, eu tô numa COÍRA!”
“MULHÉ, eu vou LOGO fazer meu DEVER, depois eu te DIGO as RÉSPÓXTAS.” *
“HUUUM (pronunciado de uma forma peculiar que só quem vive aqui sabe), MAS tu é toda AZIADA!”
“TE LASCAR!”
Simultaneamente a isto, outros alunos conversam:
“Ê FULÊRO, pega minha borracha BEM AÍ!”
“JÁJÁ! Tá RALADA essa aula, né doido...”
“ELASSS, eu to achando VARADA!”
“QUI, MISÉRA... acho que eu vou É GAZEAR aula...”
“A professora vai TE LARGAR um BICUDO, segue o exemplo DE Joãozinho pra ti ver...”
“Ahn-ahn, Joãozinho é QUALIRA, sabe nem GAZEAR! Tem que dizer que vai beber água e ir direto pra PARADA pegar o BUSÃO!”
“IHH, Ó! Por falar em dinheiro, esqueci o meu! Me empresta dois CONTO aí?!”
“Eu tenho grana não, PARCEIRO!”
“HUUM, tu é muito CANHENGA, eu falo é MERMO!”
“TE LASCAR, DOIDO!” ²
THE END
*Nota: Onde aparecer um ”X”, quer dizer som de chiado, tipo SHH!
p.s. “Seu refri é COCA ou JESUS?” (Acho que isto só é dito aqui, já que só aqui tem este refrigerante...)
p.s. Eaí, mermão, tá convencido agora? =)
Obs.¹ Este é apenas o vocabulário básico, se fôssemos enumerar todo o vocabulário, vai dar muita coisa!
Obs. ² Àqueles que são maranhenses e ficaram ofendidos com o que eu escrevi, não foi a minha intenção.
Obs. ³ Acredito que não há nada que ofenda ninguém, senão não teria colocado.
Obs.³+¹ Obrigada àqueles que leram até o final.

Por: Bárbara César

quarta-feira, 9 de março de 2011

Isso é crescer?



Nunca me avisaram que para ser "adulto”, teria de fazer tantos sacrifícios. Nunca me disseram "ei, aproveita sua infância enquanto você pode!" Nunca me alertaram das tantas responsabilidades de se tornar "gente grande". Nunca me falaram que uma pessoa um dia entre nós, quando partisse faria tanta falta! E que isso doeria tanto, mas que um dia eu entenderia o porque de tudo isso, ou não. Nunca me falaram que, mesmo não sendo adulto ainda, a vida as vezes traz responsabilidades que eu devo tomar para mim mesma, querendo ou não. Nunca me perguntaram se eu queria crescer, me tornar alguém diferente. Um tanto injusto isso, não? A vida tem idas e vindas. Um dia você é criança, no outro você já tem mil e uma coisas e/ou pessoas que dependem de você. Você deve tomar decisões. Não cabe mais usar as pétalas de um girassol para decidir se bem me quer ou mal me quer. O tempo passa voando, como quem tem mais coisa para fazer do que ficar passeando entre seus cabelos ou levantando a saia da moça que vira a esquina, lá onde o vento faz a curva. Ninguém. Ninguém, nunca me disse muita coisa. Não me preparam para o que eu passei, ou melhor, para o que eu ainda passo. Não me preparam para o ontem, para o hoje, para o agora. O que fazer? Culpá-los? Sentar no chão esperando que isso passe? Parar de viver? Apenas existir? NÃO! Eu voto em levantar a cabeça, abrir a porta pra escola da vida. Seguir em frente. Acertando, errando. Não importa. Tentando. Aprendendo sozinha a passar pelas arruelas infinitas da vida que me levarão a caminhos diferentes, experiências controversas. Mas, sempre com a certeza, de que fui eu. Fui eu quem conseguiu. Fui eu quem aprendeu a lapidar esse diamante bruto, o qual chamo de vida.

Por: Bárbara César e Deuza Martins, respectivamente.

sábado, 5 de março de 2011

Os 21 dias da minha vida.



Nunca pensei que fosse colocar os pés para fora do país antes de completar 18 anos. Mas, as coisas nem sempre acontecem como se passa na nossa mente. Neste caso, agradeço por não terem ocorrido como eu imaginava, já que parecia tão distante a chance de ir para o exterior tão cedo.
Até o dia do resultado a tensão era máxima! Nervosismo e suor frio, até que anunciram o meu nome... Uau! Eu consegui! Felicidade máxima, sensação de “será que é comigo mesmo?”. A ficha custou cair, isto só veio acontecer na hora do embarque e olhe lá! Durante o tempo tortuoso de espera do grande dia, havia muita coisa a ser feita! Principalmente quando se é menor de idade! Muitos documentos a serem assinados, autenticados, autorizações de tudo quanto é tipo e até contrato com a Rede Globo! Tornamo-nos exclusivos, risos. O passaporte foi o de menos. Rapidinho a polícia federal resolveu. Quando chegou na hora da entrevista do visto bateu aquele nervosismo de novo, menos intenso um pouco, mas incomodava do mesmo jeito, enfim acabou ocorrendo tudo bem (afinal de contas, eu estava com a Embaixada dos EUA no Brasil e, acredite isto significa MUITO!). Até que eu cheguei ao aeroporto de Guarulhos e o responsável pelas autorizações disse que havia dado problema na minha, que não estava registrada por autenticidade. O desespero bateu à minha porta, mas aí nos 45 do último tempo lembrei daquela autorização do juiz que estava perdida no meio de tantas outras e aí tudo se resolveu. Finalmente, me vi num vôo internacional rumo à terra do Obama.
Mas isto era apenas o começo...
{continua no próximo capítulo}

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Um dia me perguntaram se as nuvens eram de algodão...


"Um dia me perguntaram se as nuvens eram de algodão..."
Ô vontade de ser criança novamente, não ter que tomar as dores do coração... adormecer sem outra preocupação, senão a de não saber como consertar o braço da boneca quebrada ou não saber o que pedir para o papai Noelno natal. Ah, como era bom acreditar que ele existia e se decepcionar tremendamente ao descobrir, através daquele primo mais velho e estraga prazer, que na verdade são nossos pais que fazem isso e o bom velinho só existe na nossa cabeça e nos filmes, e esta ser nossa maior decepção da vida toda.
Gostaria de ter aproveitado melhor a minha infância, os meus avós, ter vivido cada época no seu tempo. Começo a acreditar no que me disseram uma vez: "Você não vive o seu tempo, vive além dele!" Será que isso é ruim? Será que vou me arrepender mais tarde, como me arrependo de não ter brincado quando era tempo de brincar? Ou será que é melhor assim? Me chamaram de velha uma vez. Quantas pessoas de 17 anos você, leitor (se é que eu tenho leitores), conhece que escutam Vivaldi, Bethoven, Mozart, Caetano, Adriana Calcanhoto, etc... Não que não exista, mas é raro. Não estou dizendo que sou melhor do que ninguém, porque escuto música clássica. Acho que talvez tenha amadurecido antes da hora e por isso não aproveite certas coisas que pessoas da minha idade aproveitariam.
Bom ou ruim, é assim que funciona comigo.

lero lero.

A vida tem idas e vindas. A gente se apaixona, sofre, se apaixona de novo, sofre de novo. Até que um dia a gente parece encontrar o nosso "porto seguro" e mergulha de cabeça nesta aventura, as vezes ainda com um pé atrás por pensar na possibilidade de sofrer novamente.
Mas não tem outro jeito de ser feliz a não ser tentando ser feliz. E isso requer coragem. Coragem e força de vontade de querer ser feliz novamente. Coragem para correr o risco de sofrer mais uma vez.
E só assim a gente é feliz. Caindo e levantando e vivendo e aprendendo.
Por: Bárbara César

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

...


São quase três da manhã e eu estou acordada. Não sei exatamente o que eu estou sentindo aqui dentro. É uma coisa estranha, um aperto no coração, uma sensação de vazio...Porque estas coisas acontecem com a gente? Porque a gente não pode viver sozinho, isolado e assim não precisar sofrer?

=(